Não foi somente a derrota de 7 a
1 para a Alemanha, juntando-se com os 3 a 0 para a Holanda, em intervalos de cinco
dias, que encheram o coração do povo brasileiro de tristezas. Além desse
sofrimento e vergonha (os 7 a 1 jamais serão esquecidos) que o futebol nacional
causou a alma nacional na copa de 2014, a morte de grandes vultos das artes literárias tem
aprofundado esse buraco de melancolia, deixando muitas pessoas, em primazia os
amantes da literatura, bastante machucados.
No dia 3 de Julho,
morreu Ivan Junqueira, poeta,
crítico literário e ensaísta carioca, aos 79 anos. Dez dias depois, 13 de Julho,
morreu aos 89 anos o poeta José Chagas de infarto, considerados um dos maiores
poetas brasileiro. Chagas “um gênio da
poesia”, residente em São Luis do Maranhão. Cinco dias após a morte dele, no dia
18, fomos surpreendidos com a notícia da morte de João Ubaldo Ribeiro, aos 73 anos. João Ulbado,
escritor, acadêmico e jornalista, que nos legou obras como “Sargento Getúlio"
e "Viva o Povo Brasileiro”, dentro outras
de qualidades literárias magníficas.
Noutro dia, 19, ainda com os corações em
negrumes, parte Rubens Alves, aos 80 anos, provocando lágrimas e aperto forte
na alma. A morte de Rubens Alves para mim causou dor forte. Com Rubens aprendi
gostar definitivo das leituras crônicas; a ver o mundo com mais graça e
otimismo. Os seus escritos poéticos, leves, de conteúdos teológicos e
filosofais (Rubens foi um dos idealizadores da teologia da libertação), falavam
a minha alma de protestante, que há muito tempo está livre do pensamento de
currais dos grupos limitados e mesquinhos deste segmento cristão; escritos,
aliás oportunamente encorajadores. Os textos
pedagógicos de Rubens nos motivavam a contribuir e continuar nos engajando, sempre, como missão pelas melhoras da educação de nosso povo.
E para completarem
os dias de perdas deste julho triste, estando numa mesa de jurados no 3º
Festival de Poesia de Buriti, na noite de 23, soube da morte de Ariano Suassuna, aos anos
87 anos. Popular, o poeta e escritor Ariano Suassuna que nascido
na Paraíba, porém, criado em Pernambuco, ficou famosíssimo com o livro o Auto da Compadecida (1955), seu
escrito mais conhecido, adaptado para o cinema e televisão, com grande sucesso.
Assim, em 20 dias perdemos uma
copa do mundo vergonhosamente, e nomes consolidados nas letras nacionais, que
tinham milhares de leitores e admiradores.
Sem dúvida o mês de Julho de 2014 é um dos mais tristes para o
povo e a literatura brasileira. Tende piedade de nós, Senhor.
Criança chorando pelos 7 a 1 |
João Ubaldo Ribeiro |
Rubens Alves |
Arino Suassuna |
José Chagas |
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