Recente mantive uma conversa com alguns sobrinhos
sobre sonhos. Uma sonhou com um conterrâneo que faleceu há poucos meses, como
se ele estivesse enviando recados aos seus, além das dimensões terrenas.
Sonhos têm seus mistérios. Seus objetivos em
nossas vidas. E creio que embora a
maioria sejam produtos de reações da realidade em nosso subconsciente/consciente,
alguns não devem ser encarados com banalidade. Na Bíblia, Deus usa sonhos para
falar com os homens. Freud se dedicou muito aos estudos de sonhos, buscando
explicações.
Na adolescência eu não sonhava. Ouvia as pessoas
narrando seus sonhos, e intrigado tentava entender porque não tinha os meus. Só
foi então por volta dos 22 anos (e não sei a razão) comecei deliberadamente a sonhar.
Hoje escrevo vários deles após experimentá-los. Alguns são bem surreais, vivendo
uma mesma situação em diversos espaços e territórios, tudo ao mesmo tempo, chegando a
perturbar. Às vezes tenho até três sonhos
por noite. Um saco, pois prejudica meu sono, acordando em cada um deles. Embora
só se sonhe quando sua mente se encontra em profundo estado de descanso, o
famoso estado REM.
Não é que hoje eu sonhei com Aristóteles. Sim, o filosofo
grego, tendo uma discussão com ele. Narro o sonho aqui:
De repente estava em um lugar público, mas muito
intimista, na companhia de alguns amigos poetas da vivência literária. Vi
alguns deles, mas não consigo lembrar quem são mais, devidos, no calor da
discussão sobre a arte poética, poemas, a função do poeta no mundo dos homens,
simplesmente, Aristóteles apareceu e fez uma defesa veemente da imortalidade do
poeta. Espantado e supresso por ele entrar no circulo do debate, assim como todos
os presentes, discordei do filosofo grego, e numa apologia exaltada, comecei um
discurso poético me opondo, dizendo:
Mas o
poeta, como flor finita,
também morre,
espalhando
suas sementes pelo chão.
Assim, sendo as sementes voadoras
ou não
ventos
as levarão para muitos lugares.
E caindo
em solo poético,
fará brotar mais poetas, poesia, emoções.
Tornando
mais bela a existência humana.
Acordei declamando isso e outras coisas a mais, e também,
com uma vontade forte de urinar. Antes, pensei
logo em escrever o poema no papel, pois em sonho havia poetizado e criado
versos discutindo com Aristóteles, mas corri para o banheiro primeiro,
acreditando que lembraria de todas as estrofes, devido ter sido bem real a cena
e a minha fala com o filósofo. Mas, que nada, na mesa, ao pegar papel e caneta,
só estes trechos lembrei.
Não sei que ficaram bons os versos. Apenas sei que foi bom demais ter vivido este sonho
em discursão apologética com o filosofo grego que foi um dos primeiros do mundo
a escrever sobre a arte poética e suas funções.
Como falei
no começo, sonho tem seus mistérios e seus porquês.
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