Nasceu o poeta José
Borges em Teresina, capital do Piauí, em 6 de Janeiro de 1950. Quando criança
seus pais, a mãe cearense e pai piauiense, se mudaram para o município de União,
60 km da capital, morando no povoado
Sitio. O menino Borges cresceu num ambiente
rural de trabalhos em roças, e sempre para se manter trabalhou. Quando
adolescência, estudante de técnica agrícola em Teresina, foi comerciário na
Firma Expedito Leite Chaves, depois cobrador e fiscal de ônibus, trabalhador
como apontador e auxiliar de contador numa
empresa de São Paulo, que tinha filiação em Teresina. Seu ultimo emprego
na capital foi de recenseador por um mês no IBGE, quando passa a morar em
Coelho Neto na casa de uma irmã, no final de 1970, onde trabalhou cinco meses
no Grupo Bacelar. De Julho de 1971, no governo de Uiran Souza, foi secretário
adjunto na Prefeitura. É em Coelho Neto que conhece a primeira mulher, a
buritiense Maria de Graça, casando-se em 1974. Do consórcio nasceram seus seis
primeiros filhos.
Em 1975 vieram morar em
Buriti. José Borges trabalhou como operador da Telma e escrivão da Polícia da
cidade, chegando ser também delegado substituto. Os vereadores gostando dos
serviços prestado a comunidade lhe
outorgaram em Setembro de 1979 numa sessão da Câmara o titulo de Cidadão
Buritiense. Em 1983 passa residir em
Santa Quitéria, onde trabalhou no INCRA, foi Secretário na Prefeitura Municipal
da cidade e professor de diversas disciplinas na Escola Cônego Nestor Cunha.
Ele com a família retornam para Buriti. O casamento, porém, com Maria de Graça
se desfez no fim de 1990.
Em Buriti o seu circulo de amizade era formado de membros das
diversas camadas sociais. Cultivou grande amizade com o poeta Lili Lago ( 39
anos mais velho que ele) se tornando companheiros de trabalhos e boêmia. Nos
botecos e cabarés de Buriti, viviam declamando seus poemas, cantando os dilemas
da vida, a terra e as mulheres. Organizou “Lágrimas de Um Poeta”, coletânea
poética com 56 poemas. Na obra, José Borges com
uma temática que enfatiza o romantismo, as dores e conflitos do amor pela
mulher, os seus dissabores e sofrimentos, transformados em dissabores pessoais
e lágrimas. Se dedicou também ao teatro,
produzindo algumas peças. Escreveu o cordel “O Sonho de Pelé”, e um estudo
sobre a história, geografia e as personalidades de Buriti, sendo um dos
pioneiros em estudar os diversos aspectos do município. Foram também famosos os
seus panfletos satíricos e políticos, que circulavam as ruas da cidade em forma
de folhetins.
Em vida não realizou o
sonho de ver sua obra “Lágrimas de Um Poeta ” publicada, algo que lamentava,
assim como diversos projetos literários. Em 15 de Outubro de 1997, dia do
Educador, por volta das 2h da madrugada, o coração de Zé Borges, intelectual,
professor e poeta, acima de tudo, sentiu fortes contrações. Levado as pressas
para o hospital Smith Braz, não resistiu, desvanecendo quando o dia clareava. A
cidade de Buriti, enlutada, sentiu muito a perda dele, que com sua inteligência
multifacetada havia prestado diversos
serviços a comunidade em áreas da agronomia
ao magistério, do direito ao ativismo esportivo e comunitário, da literatura ao
jornalismo.
Seu filho primogênito,
Alan Borges, que guardou os manuscritos do pai, testemunha que o poeta Zé
Borges “ foi um cidadãos servidor. Viveu para a educação dos filhos e em servir
as comunidades onde estava inserido: Coelho Neto, Buriti e Santa Quitéria. Ele
defendia, como advogado, pessoas humildes que não podia pagar honorários. E
profissional da EMATER-MA, conseguiu muitos projetos como açudes. Ele servia
com humildade e dedicação”.
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