quinta-feira, 7 de maio de 2020

VÍTIMA PSICOLOGICA DO CORONAVÍRUS



Ouvindo o áudio de uma mulher do povoado Laranjeira, em Buriti, noticiando para outra, Diana, aos prantos, que alguém da comunidade foi contaminado pelo coronavírus, fiquei triste. Ela diz:
-“Estou em casa sozinha, só tô vendo gente chorando, passando ali chorando. Memãn, eu sei que é muito triste, um menino novo, fia; com dois filhos pequenos pra criar”.
Em seguida ouço outro áudio de alguém do hospital da cidade, comunicando para um vereador que o cidadão Jônatas, chegou ao hospital cansado, problema com a respiração, mais  torce seca e febre. O estado do mesmo se agravou, devido também possuir outra doença, lúpus. Diante da situação, tiveram que conseguir uma semi UTI em Caxias, sendo ele levado as presas. A voz afirma:
       -“A doença é pandêmica, está no pico. E a situação vai se agravar cada vez mais em Buriti. A situação tá séria. E o sistema público de saúde não ter suporte para atender todo mundo. Infelizmente, muita gente vai se contaminar, muita gente vai morrer”.
       Nisto, João Filho, se comunicou comigo, declarando que realmente a situação por lá é preocupante. E as contaminações são tanto nos povoados, como na sede do município.
       
    Confesso que desde quando o coronavírus se aproximou de nossa região, psicologicamente tenho tido algumas crises emocionais. Primeiramente, no mesmo dia que foram confirmados casos em Coelho Neto, sendo já contaminação comunitária, soube também que o CONVID-19 estava também no entorno, se aproximando dos índios Krikati, onde a situação ainda é preocupante. Fui dormi abatido.
        Noutro dia, cedo, deitado no sofá de casa assistindo pela TV a situação se agravando em todo país, o corpo ficou fraco, pernas bambas, só tive forças pra me levantar às 9hs da manhã. E fui direto ao hospital local, saber como em Duque estávamos nos preparando. Pelo menos já tínhamos teste rápido, o único caso de contaminação na cidade estava sendo monitorado e controlado em sua casa, sem muitas complicações.
        Diante, no facebook, começei ler Brasil afora diversos relatos, crescentes, de amigos, perdendo outros amigos, parentes e conhecidos, outros tendo que lidar com contagiados. A situação é de uma guerra. Àquelas tantas covas e centenas de caixões em Manaus e São Paulo, cortam o coração da gente ou aperta forte,  igual  corda de tucum.
      Estou no Garapa fazendo um tratamento de outra doença  nada contagiosa ( usando dois fármacos, mais praticando três terapias holística), e deixei  São Luís  justamente para o coronavírus não me afetasse fisicamente, prejudicando mais meu estado de saúde. Porém,  vejo que pouco adiantou, o COVID já está presente em tudo quanto é recando da nação, afetando tudo na sociedade e algumas particularidades de cada um de nós. E ainda temos que lidar diariamente com as insanidades de Bolsonaro - tido como o presidente do mundo menos capaz de lidar com a pandemia - e suas asneiras e ataques contra a democracia.       
       Escrevo de máscara no rosto, algo nada comum há poucos meses.  Aliás, decidi começar escrever estas pequenas crônicas, retornar alimentar este Blog, como algo de terapia emocional, pois o COVID - 19 também está afetando pandemonicamente o psicológico dos cidadãos. Sou um destes.
         Logo, temos que buscar ajuda nesta área também. Vamos nos ajudando  mutualmente.
            
            

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