domingo, 24 de maio de 2020

BREVE RESUMO DA ORIGEM DE MIGUEL ALVES - PI


          
Pináculo de Bronze da Igreja de São Miguel Arcanjo, em Miguel Alves.
  
Os historiadores locais não sabem a data precisa de quando o primeiro súdito do Imperador do Brasil chegou ao espaço geográfico que hoje existe a cidade de Miguel Alves, no Piauí.  Porém, é certo que Miguel Alves, migrante fugídio das secas do alto sertão do Piauí ou Ceará, na busca de vida mais prospera e digna, decidi recomeçar sua existência nas proximidades do rio Parnaíba. Assim, construiu em uma colina sua casa. No correr dos anos o lugar com a associação de outros súditos do império, popularmente,  passou ser chamado de Monte Alegre.

Na eclosão da guerra da Balaiada (1845- 1849), todos os sítios e fazendas de brancos nas adjacências de Monte Alegre, tanto do Maranhão (Boqueirão, Fazenda Santana, Curralim, etc), como no Piauí (Fazenda Conceição dos Bacelar, etc) sofreram ataques e dominações dos revoltosos. Após o sufocar dos revoltos na região pela oposição bélica governista, alguns moradores se sentiram motivados a viverem nos domínios de Miguel Alves. 
       
       Posteriormente, com os empreendimentos da navegação do rio Parnaíba (começado em 1857), tendo os navios vapores necessidades de ser abastecidos com lenhas para alimentar as caudeiras, o lugar se tornou um porto natural para isso, o que causará maior crescimento populacional do lugarejo, como da sua economia, pois a navegaçaõ favoreceu o fluxo da economia e de pessoas. Logo, Monte Alegre passou ser conhecido mais como Porto da Lenha.


Miguel Alves, ao fundo o Rio Parnaíba


Na margem parnaibana do Maranhão, o Boqueirão e o porto do Chicão, no Curralim (atualmente Coelho Neto), cumpriam também essa função, recebendo os benefícios da navegação.

No consolidar da navegação do rio Parnaíba, o fazendeiro e advogado Bernardo José Martins, proprietário da Fazenda Santana, cujas terras chegavam até a margem do rio, decide construir uma estrada da Fazenda Santana ao Parnaíba, criando o seu porto natural, que em 1881, já era conhecido como  Porto Garapa.

Bernardo Martins, empreendedor, precisava comercializar seus produtos nos Gaiolas, bem como viajar para as cidades de Parnaíba e a jovem capital Teresina, no período, com menos de 30 anos  criada.
A ausência até então de alguns documentos, como de tradições orais, não nos fazem nem supor quais foram os primeiros moradores do Porto Garapa, seus vendedores de lenha para os navios. O certo é que o Garapa nos anos 80 de 1800 até a década de 1920, pouco cresceu em números de pessoas e economicamente. Fato, contrário a povoados/portos como Croa da Onça, Peixe Magro, pois, e devido ao Porto da Lenha, no Piauí, que com o crescimento vertiginoso pela navegação, já na década de 1890  tinha status de Vila. Decerto, continuando crescer, sua gente se desenvolvendo, se organizando politicamente, a Vila de Miguel Alves, em 24 de maio de 1912, se emancipando de União – PI, se tornou então cidade batizado com o nome de seu primeiro morador. 

Enfim, esse breve resumo é apenas um exercício intelectual, fruto de reflexões e abordagens  sendo ainda pesquisadas (e em aprofundamento), buscando entender quais influências sociais e comerciais a cidade de Miguel Alves exerceu no crescimento e na vida do povo do Porto e Povoado Garapa - hoje cidade de Duque Bacelar - desde o século XIX até os dias presentes. Também homenageando Miguel Alves e alguns amigos que lá vivem. Essa nossa cidade co - irmã piauiense, que em seu aniversário diferente de 108 anos, as pessoas do lugar estão mascaradas e isoladas umas das outras no arteamento de bandeiras e demais ações de comemorações, devido os dias ser de pandemia. 


Pescadores do Parnaíba, em Miguel Alves.


Miguel Alves, outro ângulo


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