Raimundo Viana era uma criança
retirante das secas do Ceará, juntamente com seus familiares, quando encontraram
guarida no Boqueirão, centenário povoado e porto fluvial, no fértil vale do rio
Parnaíba, no Maranhão. Jovem, Raimundo Viana, em visitas a cidade de Miguel
Alves-PI, conheceu e enamorou Remédios Soares trabalhando nos comércios da
tradicional família Rego. Casaram em 1933. Três anos depois, nasceu em 28 de
Maio de 1936, seu primogênito Moacir. Após o nascimento do filho, Raimundo
Viana recebe convite do comerciante Benedito Gonçalves Machado para trabalhar
no povoado Garapa, distante 15 km do Boqueirão, passando a ser um dos seus
vaqueiros.
O menino Moacir Soares Viana
cresceu na rua principal do Garapa, onde com as professoras do povoado aprendeu
as primeiras letras. Chegando à adolescência seu pai consegue que o deputado Raimundo
Bacelar lhe der oportunidades em São Luis, visando o continuar de seus estudos
e trabalho para o filho. Na capital Moacir não teve muitas oportunidades com os
Bacelar. Ele, porém, conseguiu estudar até a sexta série, e sobreviveu arrendando um pequeno comércio de uma viúva
amiga. Em São Luis ele aprende também tocar violão e deu vazão a sua arte
poética. Na capital, em 1956, conhecendo uma moça, Sônia Santos, se casam, e
logo volta a morar no Garapa, agora cidade Duque Bacelar. O casamento não dura
muito. Separados Sonia volta para São Luis com um filho gerado do casamento. Moacir
continuou a vida trabalhando como locutor nos altos falantes dos comércios da
família Oliveira em Coelho Neto. Solteiro e artista festeiro, se dedica a
boêmia e cabarés, declamando seus versos e tocando violão.
No ano de 1966, o pai de Moacir
desgostoso da vida social e política do antigo Garapa decidiu morar na cidade
de União - PI , levando consigo toda a família. Nesta cidade Moacir organiza um
comércio, trabalhando por conta própria. Nunca deixando sua arte de declamador
e violeiro, se apresentava na frente de seu negócio e nas festas de União,
acabando despertando paixão nas moças. Dentre elas, Jesus Gomes, que com seus
olhos verdes, acaba despertando o coração do poeta. Eles se casam em 1968,
gerando três filhos da relação.
Em 1971 a família volta para Duque Bacelar.
Moacir mais amadurecido, tendo apoiou de membros da família Oliveira, é eleito vereador
para o cinquênio de 1977 a 1981. Não conseguindo se reeleger no mandato
seguinte, só retorna ao legislativo municipal nos mandados de 1993 a 1996; de 1997-2000
e de 2001 a 2004. Enquanto esteve na política, continuou atuando como artista e
poeta. Declamava poemas nos eventos, nas serestas cantava e tocava seu violão. Atuou
muito como locutor nas emissoras de rádio locais, onde foi um dos pioneiros do
radialismo regional, apresentando o programa Forró da Saudade, na Rádio Tapuio.
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