sábado, 9 de novembro de 2013

POETA MOACIR VIANA

                          
              Raimundo Viana era uma criança retirante das secas do Ceará, juntamente com seus familiares, quando encontraram guarida no Boqueirão, centenário povoado e porto fluvial, no fértil vale do rio Parnaíba, no Maranhão. Jovem, Raimundo Viana, em visitas a cidade de Miguel Alves-PI, conheceu e enamorou Remédios Soares trabalhando nos comércios da tradicional família Rego. Casaram em 1933. Três anos depois, nasceu em 28 de Maio de 1936, seu primogênito Moacir. Após o nascimento do filho, Raimundo Viana recebe convite do comerciante Benedito Gonçalves Machado para trabalhar no povoado Garapa, distante 15 km do Boqueirão, passando a ser um dos seus vaqueiros.
               O menino Moacir Soares Viana cresceu na rua principal do Garapa, onde com as professoras do povoado aprendeu as primeiras letras. Chegando à adolescência seu pai consegue que o deputado Raimundo Bacelar lhe der oportunidades em São Luis, visando o continuar de seus estudos e trabalho para o filho. Na capital Moacir não teve muitas oportunidades com os Bacelar. Ele, porém, conseguiu estudar até a sexta série, e sobreviveu  arrendando um pequeno comércio de uma viúva amiga. Em São Luis ele aprende também tocar violão e deu vazão a sua arte poética. Na capital, em 1956, conhecendo uma moça, Sônia Santos, se casam, e logo volta a morar no Garapa, agora cidade Duque Bacelar. O casamento não dura muito. Separados Sonia volta para São Luis com um filho gerado do casamento. Moacir continuou a vida trabalhando como locutor nos altos falantes dos comércios da família Oliveira em Coelho Neto. Solteiro e artista festeiro, se dedica a boêmia e cabarés, declamando seus versos e tocando violão.
               No ano de 1966, o pai de Moacir desgostoso da vida social e política do antigo Garapa decidiu morar na cidade de União - PI , levando consigo toda a família. Nesta cidade Moacir organiza um comércio, trabalhando por conta própria. Nunca deixando sua arte de declamador e violeiro, se apresentava na frente de seu negócio e nas festas de União, acabando despertando paixão nas moças. Dentre elas, Jesus Gomes, que com seus olhos verdes, acaba despertando o coração do poeta. Eles se casam em 1968, gerando três filhos da relação. 
              Em 1971 a família volta para Duque Bacelar. Moacir mais amadurecido, tendo apoiou de membros da família Oliveira, é eleito vereador para o cinquênio de 1977 a 1981. Não conseguindo se reeleger no mandato seguinte, só retorna ao legislativo municipal nos mandados de 1993 a 1996; de 1997-2000 e de 2001 a 2004. Enquanto esteve na política, continuou atuando como artista e poeta. Declamava poemas nos eventos, nas serestas cantava e tocava seu violão. Atuou muito como locutor nas emissoras de rádio locais, onde foi um dos pioneiros do radialismo regional, apresentando o programa Forró da Saudade, na Rádio Tapuio.
           Moacir faleceu em 13 de Junho de 2002, sem deixar obra publicada. Uma perda para a cultura garapense, pois era possuidor de grande talento e autêntico espírito poético. Muitos de seus poemas ficaram manuscritos em folhas de cadernos comuns. Boa parte se perdeu.



            





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