terça-feira, 5 de novembro de 2013

POETA VILMAR MACHADO


                         

                                                       
              Neta de Benedito Gonçalves Machado, comerciante e político, que na década de 30 apregoava a criação do povoado Garapa em cidade, nasceu à menina Maria Vilmar Machado Vilar em 24 de Maio de 1948. Afligida aos oito meses por paralisia infantil, desde cedo sua mãe Euzamar Machado, buscando tratamento para sua filha primogênita, viajava com ela para longas temporadas no Rio de Janeiro. Na capital do Brasil, se hospedavam na casa da tia-avó, Maria Conceição Machado, na época Diretora Geral do Banco Brasil. Entre as sessões de tratamento contra a paralisia e recuperação de operações cirúrgicas, a menina Vilmar fora alfabetizada secretamente pela tia aos seis anos.
                  Em 1956, com oito anos, ela sofreu o doloroso golpe de perder a mãe Euzamar. Episódio que viera repercutir em toda sua vida e sensibilidade poética. A morte de Euzamar também afetou toda a família Machado, sendo uma das razões que levou sua avó Candoca Machado a voltar morar na cidade de Buriti, onde Vilmar passou a residir, começando ali seus estudos formais.
                  Na cidade de Buriti estudou no Grupo Escolar Antonio Faria de 1957 a 1960. Aos 10 anos de idade escreveu seu primeiro poema “O Sal”, começando sua produção poética. Enviada pelo pai Vicente Vilar para Grato, no Ceará, fez o Ginásio, estudando em escola de freiras. No Rio de Janeiro, também em escola dirigida por freiras, fez o Clássico na Escola Notre Dame. Formou-se em Direito pela UFPI, em Teresina, com distinção e louvor, em 1974. Logo depois, em 1975, de volta a sua terra, é eleita pela Arena a primeira mulher Prefeita de Duque Bacelar.
                  Como Prefeita trabalhou com afinco pela educação dos bacelarenses, fundando a Escola Euzamar Machado Vilar, de ensino técnico em Magistério, que se tornou uma instituição marcante na educação da cidade. Construiu a Praça Central, a Gruta de Pedras, compondo o Hino de Duque Bacelar em 1977. Elegendo seu sucessor em 1982, Vilmar Machado decidiu residir em São Luis, onde como educadora, a frente da Escola São Judas Tadeu, no bairro Turu, passou a educar as crianças e jovens da capital. Entretanto, nunca abandou politicamente sua terra natal e de contribuir culturalmente. Elegeu-se Vice-Prefeita na chapa de Francisco Carnaúba para o quadriênio de 1989-1992, e recentemente fundou o Grupo Folclórico Boi Majestoso, acompanhado de um bonito CD Musical com letras de sua autoria, em destaque a música “O Milagre do Vaqueiro Antenor” e “ Índia Ribeirinha ”, que exaltam a terra garapense, enriquecendo nossa cultura e cooperando na formação sociocultural da juventude.
                    Na sua vida inteira, em todas as terras que peregrinou para sua formação educativa e mesmo na prática da política, Vilmar Machado sempre se dedicou a produção poética. Muitas vezes escrevendo por encomenda de amigos e admiradores; outras pelo dom pulsando na sua alma, externando assim suas dores, questionamentos e conflitos internos de poeta diante da existência. Além de vasta produção de poemas e músicas, dedica-se também aos gêneros de crônicas e teatro. Suas peças, criativas, recheadas de humor e espiritualidade, são encenadas com sucesso pelos alunos da Escola São Judas Tadeu em São Luis.
                    Porém, essa Emily Dickinson garapense com diversas obras inéditas de peças, crônicas, músicas e poemas: belos, inteligentes e profundos; deve não só a publicação de seus textos a cultura garapense, mas como a cultura literária maranhense em geral.

FONTE: Vozes Poéticas dos Morros Garapenses

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