Neta de Benedito Gonçalves
Machado, comerciante e político, que na década de 30 apregoava a criação do
povoado Garapa em cidade, nasceu à menina Maria Vilmar Machado Vilar em 24 de
Maio de 1948. Afligida aos oito meses por paralisia infantil, desde cedo sua
mãe Euzamar Machado, buscando tratamento para sua filha primogênita, viajava
com ela para longas temporadas no Rio de Janeiro. Na capital do Brasil, se hospedavam
na casa da tia-avó, Maria Conceição Machado, na época Diretora Geral do Banco
Brasil. Entre as sessões de tratamento contra a paralisia e recuperação de
operações cirúrgicas, a menina Vilmar fora alfabetizada secretamente pela tia
aos seis anos.
Em 1956, com oito anos, ela
sofreu o doloroso golpe de perder a mãe Euzamar. Episódio que viera repercutir
em toda sua vida e sensibilidade poética. A morte de Euzamar também afetou toda
a família Machado, sendo uma das razões que levou sua avó Candoca Machado a
voltar morar na cidade de Buriti, onde Vilmar passou a residir, começando ali
seus estudos formais.
Na cidade de Buriti estudou
no Grupo Escolar Antonio Faria de 1957 a 1960. Aos 10 anos de idade escreveu
seu primeiro poema “O Sal”, começando sua produção poética. Enviada pelo pai
Vicente Vilar para Grato, no Ceará, fez o Ginásio, estudando em escola de
freiras. No Rio de Janeiro, também em escola dirigida por freiras, fez o
Clássico na Escola Notre Dame. Formou-se em Direito pela UFPI, em Teresina, com
distinção e louvor, em 1974. Logo depois, em 1975, de volta a sua terra, é eleita
pela Arena a primeira mulher Prefeita de Duque Bacelar.
Como Prefeita trabalhou com
afinco pela educação dos bacelarenses, fundando a Escola Euzamar Machado Vilar,
de ensino técnico em Magistério, que se tornou uma instituição marcante na
educação da cidade. Construiu a Praça Central, a Gruta de Pedras, compondo o
Hino de Duque Bacelar em 1977. Elegendo seu sucessor em 1982, Vilmar Machado
decidiu residir em São Luis, onde como educadora, a frente da Escola São Judas
Tadeu, no bairro Turu, passou a educar as crianças e jovens da capital.
Entretanto, nunca abandou politicamente sua terra natal e de contribuir culturalmente.
Elegeu-se Vice-Prefeita na chapa de Francisco Carnaúba para o quadriênio de
1989-1992, e recentemente fundou o Grupo Folclórico Boi Majestoso, acompanhado
de um bonito CD Musical com letras de sua autoria, em destaque a música “O
Milagre do Vaqueiro Antenor” e “ Índia Ribeirinha ”, que exaltam a terra
garapense, enriquecendo nossa cultura e cooperando na formação sociocultural da
juventude.
Na sua vida inteira, em
todas as terras que peregrinou para sua formação educativa e mesmo na prática
da política, Vilmar Machado sempre se dedicou a produção poética. Muitas vezes
escrevendo por encomenda de amigos e admiradores; outras pelo dom pulsando na
sua alma, externando assim suas dores, questionamentos e conflitos internos de
poeta diante da existência. Além de vasta produção de poemas e músicas,
dedica-se também aos gêneros de crônicas e teatro. Suas peças, criativas,
recheadas de humor e espiritualidade, são encenadas com sucesso pelos alunos da
Escola São Judas Tadeu em São Luis.
Porém, essa Emily Dickinson
garapense com diversas obras inéditas de peças, crônicas, músicas e poemas:
belos, inteligentes e profundos; deve não só a publicação de seus textos a
cultura garapense, mas como a cultura literária maranhense em geral.
FONTE: Vozes Poéticas dos Morros Garapenses
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