Aristotelino Carvalho Lago, vulgamente Lili
Lago, filho de Antonio Teixeira Lago e Laura
Rosa de Carvalho Lago, estes oriundos de Brejo, de tradicionais famílias. O
bisavô de Lili Lago, Luis Pereira Lago e o avô Luis Pereira do Lago Junior, foram
deputados em diversos legislaturas no Estado do Maranhão. Nascido em 31 de
Março 1911 em Buriti, fez as primeiras letras na sua terra, de onde partiu para
Teresina-PI cursar o ginásio no emerito Instituto Demóstenes Avelino, fazendo só
até o 2º ano.
Em
Buriti, no exercer de ocupações, Lili Lago foi Tabelião Público do 2º Ofício e
fundador da Escola Lili Lago, dedicando-se a formação educativa da juventude.
Lili, foi também o primeiro agente nos Correios de Buriti. Casa-se em Outubro
de 1944 com Letícia Faria Costa Lago, que fora sua aluna na escola que fundou, tendo
originado do consócio os filhos: Carlos Rogério, Adhemar Wallace, Josélia
Maria, Getúlio Roosevett e Aristóteles Lincoln Lago, Aristotelino Carvalho Júnior
e Allan Acásio.
Desejando
recidir em São Luis, deixa sua terra no ano de 1948. Na capital ocupou os
cargos de Secretário e Chefe de Gabinete de diversos prefeitos, chegando a ser
em um deles presidente da Comissão de Abastecimento de Preços do Maranhão.
Desde
jovem dedicou-se aos estudos de direito, adquirindo o status de advogado
provincionado, tendo assim exercido o ofício nas Comarcas de Buriti, Coelho Neto e Chapadinha. Político,
foi getulista no Estado Novo, e sempre militando no PDT.
Em vida teve publicado no ano de 1990, o livro
“ Meu Baixo Sertão ”, obra poética dividida
em três partes, “ Folclore de Salão”; “ Miscelânia ” e “ Memórias de minha Infância ”. O livro
escrito em versos de rimas leves e
transparentes, cheio de humor, inreverência e saudosismo, o poeta Lili descreve
as suas vivências buritiense, com os episódios da infância e juventude, o cotidiano
e a cultura da gente simples de sua terra,
as histórias e os causos; a natureza da chapada, os riachos e morros.
Lili Lago quando organizava em Buriti o lançamento de “ Meu Baixo Sertão ”, na noite de 30 de Março
de 1990, foi acometido de um ataque
cardíaco fulminante, que lhe ceifo a vida. Faltava poucas horas para o poeta completar
seus 79 anos, e dos convites para o lançamento já terem sido
enviados aos amigos e conterânios.
José
Moura, amigo saudosista de Lili, também editor de “ Meu Baixo Sertão ”, pelo SIOGE, confidência que Lili Lago era um amigo e uma figura humana
formidável. Moura pretendia publicar uma
outra obra poética de Lili, mas que após sua morte devolveu o original para a família
do poeta. Porém, como um legado
cultural e literário para todos, temos em “ Meu Baixão Sertão ”, um testemunho
autêntico de um bom poeta, que lutou por
justiça e defendeu os pobres e
trabalhadores, descrevendo em versos cândidos os sofrimentos e a vida do povo de seu torrão
natal. Um poeta cujo viver intenso, apaixonante, se eternizou na poesia como um menino que nadou
no riacho do Morro, catou piqui na chapada, fez grande amigos, bebeu cachaça à
fole e namorou as caboclas e mulatas da terra
de Inácia Vaz.
Fonte: Vozes Poéticas dos Morros Garapesnes