Como todos sabem estou comovido e também motivado na pesquisa em andamento sobre os poetas e intelectuais da APA DOS MORROS GARAPENSES, o que me fez tomar a decisão de trabalhar em prol dessa classe, pois tal pesquisa me estimula e obriga-me a agir. Assim, busco ações para desenvolver em favor das pessoas vocacionadas para vida intelectual e literária da região, pois nada até agora fora feita em favor dessa classe social de forma sistemática e permanente, no estimulo de seus talentos literários e intelectos.
Em conversas com os envolvidos já discutimos a necessidade de diálogos, trabalhos e encontros mais freqüentes, única maneira de surgi uma unidade e um movimento entre os intelectuais, escritores e poetas locais para fortalecimento das intenções e sonhos de publicações nos municípios de Buriti, Coelho Neto, Duque Bacelar e Afonso Cunha se sucederem. Entre os poetas e escritores, os artistas de forma geral, é preciso haver aproximação. Sabemos que a realidade local é desestimuladora a intelectualidade e ao desenvolvimento dos dons e talentos das pessoas com essas afinidades, pois a pobre economia da região, o preconceito e ignorância de muitos, junto com a falta de visão e compromissos dos prefeitos municipais em não fazer políticas publicas para uma cultura acadêmica sólida e vivaz, dificultam e estagnam muitas coisas. Porém, é preciso superar essa realidade.
Temos que mudar isso, pois a intelectualidade e o pensar, o desenvolvimento de talentos não pode ser desencorajado de ninguém. Devemos e podemos fazer uma mudança cultural dentro do mundo social dos poetas e escritores da região da APA DOS MORROS GARAPENSES, em atos recíprocos e estimuladores, em cooperação de todos por todos, dentro das peculiaridades e possibilidades de cada um. Devemos agir pela arte e para a arte, pelo povo e para sua dignidade, para a luta em prol das vidas dos animais e vegetais, dos ecossistemas ambientais, e principalmente, para o bem vencer nesta parte do mundo. Nós sairemos do anonimato artístico e da não existência do desenvolver de nossas artes acreditando nisso. A minha articulação entre vocês se dará na defesa dessas questões.
O não acontecer dessa mudança entre os intelectuais e os artesões das letras da região continuará proporcionando que a cultura e a educação regional perda, pois os intelectuais e os artistas da palavra desenvolvidos e produzindo, enriquecem nossa educação e a cultura, visto que eles são os responsáveis dentro da sociedade de pensar e registrar a história em todas as suas dimensões antropológicas, religiosas e culturais, assim como de criar e levar poesia, contos, crônicas, os textos em geral para o povo, fazendo e deixando uma cultura literária para a sociedade. As lendas e folclores, o ambiente natural, os casos, as biografias e autobiografias, as trajetórias das pessoas, povoados, famílias, os acontecimentos e eventos marcantes destes quatros municípios com sua marca civilizatória não devem se perde no tempo, sem que acha um registro escrito, única maneira do passado e da existência deles continuarem vivos. Devemos formar um movimento, pensar e executar estratégias de como, dentro do tempo preciso e hábil, se sucederá isso, pois nosso passado e nossas histórias com todos os seus episódios e ações devem ficar preservados em textos escritos por nós. Desejo assim que contribuamos com a educação e a cultura do nosso povo e peço que trabalhemos em conjunto para que seja na região uma educação e uma cultura que os estimulem a serem criativos, felizes, fortes e ricos materialmente, como também, e principalmente, espirituais, nas práxis da generosidade e do amor para consigo mesmos e para que a vida existente nos quatros municípios seja respeitada.
No passado, na região, não precisamente nos quatro municípios da APA dos Morros Garapenses, mas bem perto de nós, em Caxias, Chapadinha e Brejo, intelectuais, escritores e poetas como Gonçalves Dias, Coelho Neto, Vespasiano Ramos, Teixeira Mendes, César Augusto Marques, Afonso Cunha, Mata Roma, Bernado Almeida, dentro outros, propuseram desenvolver seus dons e talentos, e sabemos o que isso causou no Maranhão, no Brasil e no mundo para a educação e a cultura. E como somos orgulhosos em saber que eles eram da região. E sendo preciso e justo, Milson Coutinho, Vera Cruz Santana, Lili Lago, Linhares Araújo e alguns outros, saindo da cidade de Coelho Neto, Buriti e Duque Bacelar, contribuíram e continuar a enriquecer no presente as letras da região da APA dos Morros Garapenses e do Maranhão de forma positiva. Neles, vejam, já temos nomes para nos espelhar e nos motivar para a criação do movimento literário nos quatro municípios.
A região do baixo Parnaíba é a que mais contribui com o Maranhão para existência da literatura vinda de regiões, e com nosso movimento tomando corpo e sistematicamente sendo organizado com dinamismo, continuará essa contribuição com uma característica e história nova, com um norte peculiar. Temos talentos nos quatros municípios para tanto. Minha pesquisa e estudos da intelectualidade e dos poetas para formar a antologia da APA demonstram e provam esse texto. Entretanto, isso realmente só se tornará possível com o desejar e compromisso engajado de todos os envolvidos, no querer sincero e trabalhoso de desenvolver seus talentos literários. E isso sucederá sim, senhor.
Francisco Carlos Machado
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