sexta-feira, 29 de abril de 2011

ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DOS MORROS GARAPENSES - II ANOS

              Aos Conselheiros, voluntários, amigos e a população da APA dos Morros Garapenses

                    Só agora, duas semanas depois das comemorações dos dois anos de criação da APA dos Morros Garapenses, ocorridas nos dias 21 a 25 de Março, que consigo um tempo para formalmente expressar meus agradecimentos a todos os Conselheiros, voluntários e aos amigos de nossa APA em Duque Bacelar, Coelho Neto, Buriti, Afonso Cunha, no Brasil afora; e ao Departamento de Unidade de Conservação da SEMA-MA, enfatizando a pessoa de Yassodhara Brandão, Presidente do Conselho da APA que passou sonhar conosco mais ainda pelo bem da Unidade. Quero também com esse texto falar algo mais.
                     Motivo-me escrever a todos vocês como um dos primeiros sonhadores deste Movimento que concebeu e gerou o sonho de quer o desenvolvimento da nossa região deveria continuar acontecendo somente pelos caminhos da sustentabilidade. Foi esse o desejo impulsionário da lutar para a criação da APA DOS MORROS GARAPENSES, e é o que honestamente queremos viver e trabalhar para acontecer.  Queremos sim riquezas, mas essas riquezas devem ser repartidas e distribuídas para todos.
                     Entendendo que nesse labor pelo pão e a vida digna, necessariamente o explorar dos recursos naturais e do uso do trabalho humano tornam-se inevitável. Porém, entendemos existe um equilíbrio no hoje e no amanhã desse explorar, cabendo nós buscá-lo, até haver uma harmonia para as atuais e as próximas gerações na convivência do natural com o antropo e do antropo consigo mesmo. Surgindo dessa dinâmica, justiça, cuidados e gentileza com o próximo humano e o próximo bicho: as plantas, águas, solos, o ar, a vida num todo.
                    Acreditamos que em tudo existe vida e essência, assim o sentir do viver e a busca da felicidade dar-se-á em todo ser que respira e almeja sua conservação. Sendo isso sagrado e certo, devemos ambicionar o bem de todos os viventes e as coisas na APA dos Morros Garapenses. Estou sendo animista? Não, acredito apenas que a missão nossa é cuidar e preservar não somente nossas vidas, mas de toda a criação.
                    Assim, no cumprimento dessa missão muito me emocionou uma exposição de fotografias de nascentes sendo recuperadas  em Coelho Neto pelo Grupo Industrial João Santos. Antes, tínhamos como um inimigo declarado, agora, veja como a existência faz com quer pontes sejam construídas entre antagonismos, surgindo entre o Grupo e os ambientalistas até parcerias e diálogos. Nesse ponto acredito que a APA dos Morros Garapenses poderá aproximar as comunidades viventes na APA e o Grupo (como também com os empresários sulistas do agronegócio da soja), melhorando a relação arredia, em graus ainda EXISTENTES, no buscar dessa sustentabilidade e dignidade de tudo, no interesse de ambas as partes.
                    Não pude nas comemorações ir para a palestra dia 22 em Buriti, que aconteceu lotada no Centro de Apoio Pedagógico com umas 300 pessoas de todas as representatividades sociais, políticas e judiciárias. Todavia, trouxe uma faixa grande que os Conselheiros e voluntários mandaram pintar: “Buriti parabeniza a APA DOS MORROS GARAPENSES pelos seus 2 anos ”. Eu, também cantei os parabéns e me emocionei em Duque vendo os dois bolos de 70 reais que nós conselheiros pagamos e degustemos logo após o findar da primeira reunião anual do Conselho Consultivo dia 21 de Março na sede da Câmara Municipal da cidade. A criação do GPA - Grupo de Professores e Alunos Ambientalistas em Coelho Neto foi uma emoção orgulhosa à parte, também. Iniciativa inédita no Maranhão, os integrantes pragmáticos do GPA já em ação concreta ajudaram organizar as comemorações do aniversário de dois anos e a caminhada ecumênica dos cristãos (uns mil no total) que saindo em grupos de Coelho Neto e Duque Bacelar no final da madrugada do dia 20, caminharam por igual 9 km e se encontraram no povoado Mamorana, divisa dos dois municípios, para celebrar Deus Criador e dizer que o nosso papel também consiste em cuidar da criação Dele. O GPA também elaborou e executou a arborização da AV. Cordeiro de Faria em Coelho Neto, ação bonita que fez parte das comemorações da Semana da Árvore e Aniversário da APA, pretendendo continuar com a ajuda da comunidade local a arborização de toda cidade.
                      Como foi repleto de ações o aniversário de dois anos da APA dos Morros GARAPENSES. Houve café da manhã, fogos foram soltos, saindo de cima dos Morros em direção a cidade sede da Unidade; o ônibus que levou estudantes e Conselheiros para visitar a RPPN do Riacho Feio em Buriti no caminho atolou, e todos desceram para desatolar. E estando lá todos viram, alguns até pela primeira vez, Siriemas - belas aves de um metro de altura que estando na lista negra das espécies em extinção, no Riacho Feio estão fazendo ninho, no recomeçar da luta pela existência de sua espécie. E neste Aniversário a equipe da SEMA-MA esteve pela primeira vez em Afonso Cunha, conversaram e formaram vínculos com as pessoas de bem do lugar, onde os mesmo constataram mais uma vez a existência da APA em seu território. Na realidade de quer a APA dos Morros Garapenses EXISTE para unir todos nós, nos unamos por Afonso Cunha, onde está o território e o povo mais sofredor da Unidade.
                       Sim, a APA DOS MORROS GARAPENSES começou com o sonho de ambientalistas unidos e agora deve unir todas as pessoas dos quatros municípios para juntos sonharmos mais bonito, a construção de um futuro digno para todos. Em graus já vivemos essa nova realidade. Entretanto, torna-se necessário que os grupos sociais afins, igrejas, associações culturais e de classes, sindicatos, assentamentos, escolas, crianças, jovens, os líderes comunitários, os vereadores e prefeitos, promotores e juízes dos quatros municípios estejam juntos. Sem UNIDADE nunca alcançaremos SUNTENTABILIDADE.
                         Sem dúvida, Deus, o Criador dos céus e da terra, Senhor de toda vida existente nos ajudará nessa busca de unidade e do caminhar de mãos dadas para a sustentabilidade e a justiça em sua plenitude vencerem na APA DOS MORROS GARAPENSES. Oremos, pois.



Francisco Carlos Machado
Presidente da ABAMA e Vice-Presidente do CONAMG
Conselho Consultivo da APA dos Morros Garapenses




AMBIENTALISTA PRETENDEM CRIAR RESERVA URBANA EM DUQUE BACELAR

               Na cidade de Duque Bacelar, a 380 km de São Luis, um grupo de ambientalista, com o apoio da Prefeitura, pretende transformar o município na primeira reserva urbana e no primeiro município sustentável do Estado. A área se chamará Reserva Biológica dos Morros Garapenses.
           Para transforma esse grande sonho em realidade foi criada a Associação Bacelarense de Proteção ao Meio Ambiente (ABAMA), uma organização ecológica que trabalhará em prol da defesa do meio ambiente e ajudará na coordenação e implantação do Projeto.
            A Associação está desenvolvendo com a comunidade projetos educativos que servirão para que a população preserve o Meio Ambiente. “Nosso projeto já está sendo trabalhado nas escolas e com a comunidade para que, com o tempo, aflorem nessas pessoas o sentimento de preservação da fauna e flora do município”, conta Pastora Aguiar, coordenadora de Educação e Cultura Ambiental da entidade.

         ABRAGÊNCIA- A área da reserva será de cinco quilômetros quadrados e abrangerá os cinco morros que circundam Duque Bacelar, açudes, lagoas, brejos, igarapés e o rio Parnaíba. “A reserva surgiu com dois objetivos: desenvolver a sustentabilidade do município e o ecoturismo na região, já que a área é uma das mais ricas do Maranhão. Por ser um dos municípios mais pobres do Estado, nós pretendemos também melhorar a qualidade de vida da população ’’, explica Francisco Carlos Machado, Presidente da Associação Bacelarense de Proteção ao Meio Ambiente.
          Os trabalhos de conscientização, segundo os ambientalistas, já começaram. Estão sendo realizadas palestras, seminários, estudos, caminhadas e plantação de mudas de árvores em Duque Bacelar. Uma das primeiras campanhas desenvolvidas foi “Duque cidade Jardim”, na qual os proprietários das casas cultivam canteiros de flores e árvores nos quintais.
         “Nosso objetivo é transformar a paisagem do nosso município, tornando-o um grande jardim”, conta Francisco Machado. As trilhas realizadas pelos morros também têm ajudado muito divulgar a importância do meio ambiente. ”Nossos principais parceiros são as crianças. Nós queremos despertar o interesse dos jovens para a questão da preservação ambiental. Já tivemos alguns resultados bastante positivos”, avalia Pastora Aguiar.

                                                Área se dividirá em cinco zonas
            A Reserva Ambiental será dividida em cinco zonas principais, onde serão trabalhados os vários projetos desenvolvidos pela Associação Bacelarense de Proteção ao Meio Ambiente. Na zona um, por exemplo, serão trabalhados nos morros, áreas de lazer, trilhas, mirantes e jardins.
               A zona dois abrange a cidade, onde serão trabalhados várias campanhas, como coleta regular de lixo, criação de parques e as campanhas “Duque cidade jardim” e “Em cada canto uma árvore”. A zona três abrangerá um açude da região que, com o projeto, terá seu tamanho triplicado e transformado num grande balneário, com restaurantes e áreas aquática de lazer.
                         
                               
DEGRADAÇÃO – A zona quatro inclui o rio Parnaíba, que atravessa o município, mas que, devido à falta de cuidado, tem apresentado índice de poluição, segundo membros da associação. “Minha monografia de conclusão de curso abordou o rio Parnaíba, que com o tempo, tem apresentado sérios problemas como assoreamento e, conseqüentemente, perda das matas ciliares. Pretendemos, com a reserva ambiental, mudar essa realidade”, explica Pastora Aguiar, da ABAMA. A zona cinco pretende preservar os igarapés, rios, açudes e lagoas da região.
                 A direção da entidade está buscando recursos para tornar o grande sonho do município em realidade. A ABAMA conta com o apoio do Instituto do Homem e, mais recentemente, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
Jornal O Estado Maranhão/ Março de 2004